Os queijos artesanais de Minas Gerais



Quem compra um queijo mineiro não sabe que está comprando tradições específicas de cada uma das regiões produtoras. E também não consegue imaginar quantas etapas foram transpostas até que o produto chegue às mãos do consumidor final através de uma fabricação pautada em boas práticas.


Após premiações internacionais, como o Concurso Mundial de Queijos na França – 2019, esse produto artesanal passou a ser objeto de desejo dos amantes da alta gastronomia.


A produção e venda de queijos artesanais no estado de Minas Gerais foi normatizada através do decreto estadual nº 48.024, de 19 de agosto de 2020 que regulamenta a lei estadual n° 23.157 de 18 de dezembro de 2018.


O queijo artesanal de Minas Gerais – QMA deve ser confeccionado seguindo as seguintes condições:
• o modo de fazer deve seguir as tradições, respeitando aspectos históricos e culturais de cada região;
• o leite empregado deve ser fresco e cru, retirado e beneficiado na propriedade de origem;
• o processamento deve ser iniciado até 90 minutos após a ordenha;
• o leite não pode ter sofrido tratamento térmico;
• devem ser utilizadas culturas lácteas naturais como pingo, coalho e sal;
• o produto final deve apresentar consistência firme, uniforme, sem corantes e conservantes.


O modo artesanal de fabricação é Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan.


São regiões reconhecidas como produtoras:
• Araxá
• Serra da Canastra
• Campo das Vertentes
• Cerrado
• Serra do Salitre
• Serro
• Triângulo Mineiro
• Serras do Ibitipoca.


Uma curiosidade do trabalho árduo dos produtores é que o queijo é feito diariamente pelas propriedades, sendo que somente na sexta-feira santa o leite é destinado à fabricação de doces e quitandas.


Aspectos que devem ser observados na compra:
• cor uniforme;
• ausência de rachaduras, trincas e estufamentos.


Como guardar em casa:
• após retirar da embalagem acomode o produto em um prato ou similar;
• cubra o queijo com um pano umedecido;
• guarde-o em geladeira;
• vire-o diariamente.


Quando for utilizá-lo, deve-se retirar da refrigeração meia hora antes, para que suas qualidades sejam realçadas.


Para continuar a maturação:
• escolha uma tábua de madeira exclusiva para esse fim;
• em temperatura ambiente, proteja o queijo com uma tela contra insetos ou caixas próprias para esse fim;
• vire o queijo diariamente;
• lave-o pelo menos uma vez por semana;
• seque-o bem antes de voltar para a tábua de madeira.


A comercialização nacional pode ser feita após obtenção pelos produtores do “Selo Arte” seguindo as disposições estabelecidas.

Queijo Minas

Existe um outro tipo de queijo frequentemente confundido com o “Queijo Minas Artesanal” que é o “Queijo Minas Frescal”.

Com características bem diferentes um do outro, o Frescal é produzido em vários estados brasileiros, tem coloração esbranquiçada, consistência mole e sabor variando do pouco ácido ao suave.

Queijo Minas Frescal

“Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”.



https://www7.fiemg.com.br/noticias/detalhe/queijos-mineiros-sao-premiados-em-concurso-na-franca
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=400191
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/producao-animal/selo-arte/publicacoes/SELOARTEv2.pdf

3 comentários em “Os queijos artesanais de Minas Gerais”

  1. Maria do socorro Vítor de souza

    Você é o máximo do máximo da gastromaníaca minha amiga!!! Tenho aprendido tantas coisas através do seu fantástico livro, como também, com suas publicações mais do que interessantes!!! Parabéns!!! Sucesso total!!

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