Todo champagne é um espumante, mas nem todo espumante é um champagne

Os vinhos podem ser divididos em tranquilos, fortificados e os espumantes, conhecidos por várias denominações.

Os espumantes, que começaram a ser produzidos sistematicamente por volta do século 16, são vinhos brancos ou rosés que passam, na maior parte das vezes, por duas fermentações.

Após a primeira fermentação, na qual é obtido o vinho base, é feita a adição do licor de tiragem – composto por leveduras e açúcar. Esse líquido então passa para uma segunda fermentação que pode ser pelos métodos:

  • Ancestral: é considerado um dos métodos aplicados nos primeiros espumantes produzidos no mundo. O vinho base é fermentado até chegar a determinado nível de açúcar, quando é engarrafado, terminando a fermentação na garrafa. Os produtos desse método são conhecidos como Pét-Nat;
  • Champenoise ou Tradicional: segunda fermentação em garrafa;
Desvendando os espumantes
Segunda fermentação – Foto Blog Famíglia Valduga

Charmat: a segunda fermentação ocorre em tanques inox – autoclaves;

Asti: é uma versão do método Charmat. As uvas utilizadas são somente as Moscatéis e não é utilizado o vinho base e sim o mosto – sumo resultante da prensagem da uva – que passa por apenas uma fermentação que ocorre dentro de autoclaves. O processo de fermentação é interrompido antes de chegar ao final, proporcionando borbulhas e açúcar residual, resultando em um espumante meio-doce e com baixa graduação alcoólica (6 a 7%).

A refermentação tem o objetivo de formar bolhas de gás dióxido de carbono, responsáveis pelo aroma e frescor da bebida.

Então, as variações dos espumantes podem ocorrer em função dos métodos de produção, da região produtora e dos tipos de uvas utilizados, determinando a qualidade e o preço da bebida.

Champagne

Só pode assim ser denominado se for produzido na França na região demarcada que leva o mesmo nome.

Na sua composição somente podem ser utilizadas as uvas tintas Pinot Noir e Pinot Meunier e a branca Chardonnay e ser produzido através do método Champenoise.

Crémant

Espumantes franceses produzidos pelo método tradicional, fora da região de Champagne, respeitando as especificações de cada uma das AOCs – “Appellation d’Origine Contrôlée”(Denominação de Origem Controlada), que garante a origem e a qualidade dos produtos agrícolas, determinadas pelo governo do país.

Prosecco

Bebida espumante produzida com uvas Glera, na região de Veneto e Friuli-Venezia Giulia, no noroeste da Itália, através do método Martinotti, como os italianos nomeiam o método Charmat.

Lambrusco

É um espumante produzido em Emilia-Romagna, ao noroeste da Itália, através de uma uva tinta de mesmo nome da bebida.

Pode ser nas versões seco até doce, branco, tinto ou rosé.

É frisante, pois tem menos pressão, o que o torna mais leve.

Cava

Espumante produzido na Espanha, na região da Catalunha, através das uvas Macabeo, Xarel-lo, Parellada e Chardonnay, pelo método Champenoise.

Sekt

Espumante alemão, elaborado na maior parte das vezes pelo método Charmat através de várias uvas.

O interessante é que ele pode ser produzido com vinhos base elaborados fora do país, mas desde que a segunda fermentação ocorra na Alemanha.

Espumantes no Brasil

O terroir brasileiro tem feito com que o país produza espumantes de qualidade reconhecidos pelos diversos prêmios internacionais.

Por aqui, há produção da bebida através dos métodos Champenoise e Charmat, com principalmente as uvas Chardonnay e Pinot Noir, além da Moscatel. Mas, também existe produção com Riesling, Trebbiano, Syrah, Merlot e Cabernet Franc.

Dica:

Todas as bebidas acima devem ser ditas no masculino, pois são vinhos espumantes.

O correto é dizer: um champagne; um espumante; um frisante; um prosseco e um cava.

Tipos:

A quantidade residual de açúcar na garrafa vai determinar a variação dos espumantes:

  • Nature : é o mais seco, com açúcar residual de 3 gramas por litro;
  • Extra Brut: açúcar variando entre 3,1 e 8 gramas por litro, o que o torna seco também;
  • Brut: concentração de açúcar entre 8,1 e 15 gramas por litro. É um dos mais comercializados.
  • Sec ou seco: entre 15,1 a 20 gramas de açúcar residual por litro. Apesar do nome, tipo seco, tem o sabor muito equilibrado e doçura moderada. Bom para aqueles que estão começando a degustar espumantes.
  • Demi-sec ou meio seco: grande variação de açúcar – entre 20,1 a 60 gramas por litro.
  • Doce: contém uma concentração de açúcar acima de 60 gramas por litro.

Como reconhecer a qualidade de um espumante?

A espuma que forma acima da bebida conhecida como Perlage vem da palavra francesa perle, que significa pérola.

São as borbulhas que formam na bebida assim que é aberta.

Perlage e a qualidade
Observe:
  • Quanto menores as bolhas, mais agradáveis serão na boca;
  • A quantidade de bolhas – dizem que um espumante de qualidade pode conter até 100 milhões de bolinhas por garrafa;
  • Quanto mais duradouras forem as bolhas, melhor será a bebida.

Quando servir?

Vai bem a qualquer hora e em qualquer lugar

É uma bebida que pode ser servida em todas as refeições: do café da manhã a ceia; ser degustada à beira de uma piscina ou em momentos de descontração e comemorações.

Harmonizações

A versatilidade dos espumantes

Por incrível que pareça, essa é uma bebida que combina com a maioria dos pratos e consegue fazer “bonito” da entrada à sobremesa.

É um vinho gastronômico – vai bem com comida e tem a fama de ser muito elegante.

Dica:

Alguns pratos podem ser elaborados com espumante, como: molhos para preparações salgadas; risotos, mousses e trufas.

Temperatura

Preferencialmente, deve ser servido entre 6°C e 8°C. Espumantes com mais corpo e complexos podem ser gelados entre 9 a 13°C.

Dica:

A salmoura é uma boa opção para gelar a garrafa: misture gelo, sal e álcool.

Bebida gelada em pouco tempo
Dica:

Segure a taça pela haste para não esquentar a bebida.

Segure corretamente a taça

Como servir?

A sommelière Andreia Gentilini Milan ensina no Globo Repórter a servir corretamente os espumantes.

Assista ao vídeo clicando no link abaixo.

https://clipchamp.com/watch/liCV1HhnfBQ/embed

Tipos de taças

A taça Maria Antonieta, muito usada até a década de 60, tem um formato mais baixo e boca mais aberta, e, segundo a lenda, foi moldada nos seios da rainha de mesmo nome.

Taça Maria Antonieta

Essa estrutura não favorece a formação da espuma e deixa que os aromas escapem. A altura também impede a formação das borbulhas, comprometendo a correta percepção da bebida.

A taça flûte ou flauta tem uma forma estreita e comprida, com boca pequena, o que ajuda na conservação do gás.

Visualmente, colabora para observação das bolhas subirem.

Dica:

Não é recomendado girar a taça flûte no momento da degustação.

Taça flûte

A Riedel, uma das mais consagradas fabricantes de taças no mundo, sugere os seguintes modelos:

RIEDEL Veloce Champagne Wine Glass
RIEDEL Sommeliers Champagne Wine Glass
RIEDEL Winewings Champagne Wine Glass
RIEDEL Fatto A Mano Performance Champagne Wine Glass - red

As taças tipo Bourdeaux ou Borgonha também podem ser usadas para degustação de espumantes.

Tamanho das garrafas

Os tamanhos começam com 187 ml e podem ser superiores a 3 litros.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Garrafas de 375 ml, 750 ml, 1.5 L e 3L

Drinques com espumantes

Mimosa
Mimosa

Modo de preparo:

Uma parte de suco de laranja

Três partes de espumante

Misture delicadamente.

Decore com alecrim ou fatias de laranja.

Aperol Spritz
Aperol

Modo de preparo:

90 ml ou 3 partes de espumante ou Prosecco

60 ml de Aperol ou 2 partes

30 ml ou uma parte de água com gás ou Club Soda

Gelo

Misture tudo.

Fatia de laranja para decorar.

“Venham rápido, irmãos! Estou bebendo estrelas!”.

Dom Pérignon – 1638 -1715 – monge religioso que descobriu o Champagne.

Que 2024 traga bons momentos para serem brindados com espumantes.

Tim Tim!

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Denise Alves Pereira é graduada em Turismo e em Comunicação Social com especializações em Administração de Marketing, Marketing e Mídias Sociais, Administração de Alimentos e Bebidas e MBA em Coaching – Life, Business and Executive. É sommelière e formada em Wine Business.

Sua relação com a gastronomia começou a partir dos anos 80, sendo que a entrada definitiva para o setor  gastronômico e para a docência ocorreu com a realização do curso de Cozinheiro Comercial, em 2001. Daí em diante, passou a ministrar disciplinas relacionadas à Gestão de Alimentos e Bebidas, Cozinha, Organização de Eventos e Planejamento de Cardápios, em diversas instituições de ensino, em cursos de capacitação, graduação e pós-graduação.

É editora do site espacogourmetmundodagastronomia.com, no qual compartilha seus conhecimentos no campo gastronômico e de vinhos.

Consultora para negócios e carreiras nas áreas de alimentação e vinhos, englobando enogastronomia e enoturismo.

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