Vinhos ecologicamente corretos

O vinho está associado a uma dieta benéfica já faz muito tempo.


Hoje, mais que nunca, a busca por um estilo mais saudável de vida e consequentemente de alimentação, têm provocado uma verdadeira revolução no comércio de alimentos e bebidas.


Os fabricantes e produtores desse segmento têm buscado mercadorias que atendam às necessidades desse novo consumidor, certos de que a cada dia esse filão estará maior.


E a indústria do vinho não está fora disso.


Por isso, os métodos de produção, vinificação e conservação de vinhos têm sido revistos para adequar a essa nova tendência.

A cadeia vitivinícola está atenta para aumentar sua cartela com produtos que tragam em sua essência o respeito ao meio ambiente, com uma produção de baixo impacto, com a diminuição de resíduos, trazendo efeitos positivos tanto para a sociedade como para a economia. Tudo isso resultando em mais saúde para o consumidor de vinhos.


Podemos denominar “vinhos ecologicamente corretos” àqueles que são produzidos sob essa premissa, em alguns casos, associada a mínima interferência humana e química.


Apresentamos a seguir os estilos:
Vinho natural
• Geralmente produzido por pequenas vinícolas e apresenta um custo alto;
• Na maioria das vezes, as uvas são provenientes de produções orgânicas ou biodinâmicas;
• A colheita das uvas é sempre manual, visando uma criteriosa seleção dos insumos;
• A fermentação alcóolica ocorre através da ação de leveduras naturais inerentes ao terroir;
• Para conservação, no processo de engarrafamento, é adicionado quantidades mínimas de sulfito ao produto;
• Tem uma coloração turva;
• Seu aroma e sabor são mais autênticos.

Vinho orgânico
• O cultivo das uvas é feito sem a interferência de produtos químicos agrícolas como herbicidas, pesticidas e fertilizantes sintéticos;
• As pragas – insetos, fungos, ervas daninhas, dentre outras – são controladas através de predadores naturais;
• Os vinhos apresentam coloração mais escura e densa em função da manutenção das características das uvas no processo de vinificação;
• Em boa parte dos vinhos orgânicos, o sulfito é utilizado em pequenas quantidades para a conservação do produto.
• O produto deve ser certificado como orgânico por órgãos responsáveis.

Vinho vegano
• Não contém traços de origem animal;
• O processo de clarificação do vinho – retirada das partículas sólidas da bebida fermentada – pode ser feito através de substâncias de origem vegetal – tanino enológico, carbono ativo e agar-agar – ou com a utilização de minerais como o dióxido de silício;
• Pode não passar pelo processo de clarificação ou filtragem tornando-se um vinho natural;
• Nem sempre a referência de se tratar de um vinho vegano vem no rótulo ou contrarrótulo sendo necessário buscar essa informação com o produtor, importador ou vendedor.

Vinho biodinâmico
• As uvas são cultivadas pelo processo da biodinâmica – inspirada na antroposofia – que busca a produção em ambientes autossustentáveis, em harmonia com o cosmos, com a mínima interferência humana, trazendo frutos com características próprias do local;
• As etapas e processos de produção das uvas, vinificação e até o engarrafamento são regidos pela posição dos planetas e fases da lua;
• O controle de pragas é através de fórmulas naturais – feitas com ervas medicinais e minerais;
• As leveduras para vinificação são naturais, preservando as características do terroir;
• Precisa ser certificado por órgãos competentes.


Páreo duro
Os vinhos naturais, orgânicos, biodinâmicos e veganos têm mostrado melhor performance nas competições que os que habitualmente comercializados, a que nós chamaremos de convencionais. Isso foi demonstrado através de uma pesquisa realizada pela professora Magali Delmas, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (Ucla).


Nesse mesmo caminho, especulações apontam que a utilização de doses mínimas de sulfito – empregado para conservação dos vinhos – podem contribuir para que os aromas e sabores da fruta sejam revelados de forma mais autêntica. Já os convencionais fazem o inverso – utilizam a dosagem máxima.


Por isso, pense na hora da escolha dos rótulos para que a saúde possa ser realmente blindada e assim possa ser brindada.

Denise Alves Pereira é graduada em Turismo e em Comunicação Social com especializações em Marketing e Administração de Alimentos e Bebidas e MBA em Coaching – Life, Executive and Business.

É sommelière e formada em Wine Business.

Sua relação com a gastronomia começou a partir dos anos 1980, com a promoção de eventos e empreendimentos relacionados à área.

A entrada definitiva para o setor gastronômico e para a docência ocorreu com a realização do curso de Cozinheiro Comercial, em 2001. Daí em diante, passou a ministrar disciplinas relacionadas à Gestão de Alimentos e Bebidas, Cozinha, Organização de Eventos e Planejamento de Cardápios, em diversas instituições de ensino, em cursos de capacitação, graduação e pós-graduação.

É editora do site espacogourmetmundodagastronomia.com, no qual compartilha seus conhecimentos no campo gastronômico e de vinhos.

Consultora para negócios de alimentação e vinhos, englobando enogastronomia e enoturismo.

Atua como palestrante, em função de sua vasta experiência como empreendedora, docente e pesquisadora.

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