A alimentação dos brasileiros sofreu uma tremenda modificação a partir dos anos 90, influenciada por questões referentes à redução das alíquotas dos impostos sobre os produtos alimentícios importados; aquecimento da economia em função da implantação do Plano Real; das informações oriundas da globalização e do aumento das exigências da qualidade dos produtos e serviços asseguradas pelo Código de Defesa do Consumidor.
O Plano Real possibilitou o aumento do poder aquisitivo, o que acabou impactando na mesa do brasileiro.
O comércio de produtos “gourmet” foi aquecido devido à chegada dos produtos importados, o que impactou na indústria alimentícia brasileira, que se viu obrigada a oferecer itens com mais qualidade e preços competitivos.
A globalização mostrou outras cozinhas étnicas, especialmente as orientais, o que influenciou o comer e beber brasileiro.
A ascensão das classes C e D no mercado consumidor brasileiro incentivou a criação de estabelecimentos e produtos voltados para elas, em função da demanda por produtos mais sofisticados que até então eram consumidos por elas.
De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE 2008-2009, “além do arroz e feijão, as classes de renda mais baixas consomem em maior quantidade vários itens considerados como parte de uma dieta saudável. Por exemplo, o consumo médio de batata-doce per capita foi mais do que o dobro na menor classe de renda quando comparada à maior. O inverso é observado para a batata frita.”
E continua: “o consumo de peixe fresco, peixe salgado e carne salgada é ligeiramente maior na menor faixa de renda. Por outro lado, alguns marcadores negativos da qualidade da dieta, como consumo de doces, refrigerantes, pizzas e salgados fritos e assados, são menores na menor categoria de renda.”
A crescente inserção das mulheres no mercado de trabalho, o aumento da idade média da população brasileira, o crescimento do número de pessoas que moram sozinhas e a entrada cada vez mais cedo dos jovens como consumidores, para si e para suas famílias, alteraram os hábitos alimentares no Brasil.
De acordo com o mesmo Instituto os dez itens de maior consumo per capta são:
1º Café;
2º Feijão;
3º Arroz;
4º Sucos, refrescos e sucos em pó;
5º Refrigerantes;
6º Carne bovina;
7º Pão de sal;
8º Sopas e caldos;
9º Aves;
10º Macarrão.
O comércio de comidas e vegetais congelados foi impulsionado por esse panorama de crescimento da demanda.
Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde 2013, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que “o brasileiro come pouca quantidade de hortaliças e frutas, ingere mais alimentos gordurosos do que deveria, tem trocado refeições por lanches rápidos.”
Alex Atala e Carlos Dória, em Com unhas, dentes e cuca, afirmam que ” do ponto de vista da dieta moderna, os gaúchos estão mais adequados: comem mais frutas, mais leite, mais carne e consomem mais vinho. Os mineiros consomem a absurda quantidade de 30 quilos de açúcar e 10 quilos de óleo de soja por ano.”
Apesar do baixo consumo de hortaliças e frutas, o consumidor brasileiro viu chegar à sua alimentação produtos cultivados das mais diferentes formas. Seja através do agricultor familiar ou através da produção em grande escala, o mercado passou a oferecer produtos voltados para esse novo consumidor.
Alimentos de origem orgânica tornam-se os preferidos daqueles que se preocupam com a saúde pessoal e do planeta. Esse método de produção visa o mínimo de interferência no ecossistema, utilizando técnicas agrícolas antigas associadas às modernas tecnologias, buscando também viabilidade para os pequenos produtores.
O site da Epamig – Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais apresenta a hidroponia como “uma técnica alternativa de cultivo, em ambiente protegido na qual o solo é substituído pela solução nutritiva, onde estão contidos todos os nutrientes essenciais ao desenvolvimento das plantas. Essa técnica também é conhecida como cultivo sem solo.”
O cultivo através da utilização de produtos químicos e mutações genéticas, os transgênicos, foram os mais “bombardeados” pela mídia e consequentemente sofreram rejeição por determinada parte da sociedade, uma vez que no quesito custo chegam, em alguns casos, a serem imbatíveis.
A atual crise brasileira está fazendo com que esse cenário, traçado até então, esteja sofrendo profundas modificações e retrações.
O “bolso” é que dita o que vai ser comido, em qual quantidade e com qual frequência.
Por incrível que pareça, não só os estabelecimentos que comercializam alimentos e bebidas, tais como lanchonetes, bares e restaurantes estão tendo uma vertiginosa queda no movimento, como também os supermercados.
Por onde anda o consumidor? O que ele está comendo? Aonde está comendo? Ninguém sabe e ninguém viu.
Provavelmente ele está trocando produtos mais caros por mais baratos, diminuindo a frequência da alimentação fora do lar, consequentemente ficando mais em casa e deixando os produtos supérfluos de lado.
Ficando sem comer é que ainda não está!
Sinais dos tempos.
http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-reporter/t/edicoes/v/globo-reporter-revela-o-aumento-no-apetite-para-alimentos-organicos/4389097/
Agricultura Orgânica_Qdo passado é futuro
ftp://ftp.ibge.gov.br/PNS/2013/pns2013.pdf
Gostei ,mande sempre,mande receitas leves obrigado
Pode deixar!
Muito bom,gostei
Que bom, Geralda!
Gostei!
Obrigada, Vicente!