Dia 28 de julho, a Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte sediou o “Seminário Gastronomia Sustentável como valorização das culturas regionais”, numa promoção da Câmara Itálo-Brasileira de Comércio e Indústria de Minas Gerais.
A programação iniciou com uma apresentação do Selo de Qualidade Ospitalità Italiana, que certifica a excelência de restaurantes no mundo que sirvam comida, bebida e produtos italianos. No na própria Itália já existem 6.707 certificados, sendo mais de 1.700 no exterior. Em Belo Horizonte existem 7 e mais 2 em fase de certificação.
O Projeto Origem Minas com Pierre Vilela, superintendente do INAES – Sistema FAEMG, mostrou a iniciativa de fortalecimento das Indicações Geográficas, buscando a manutenção da tradição, qualidade e originalidade dos produtos mineiros.
O tema “Agricultura Urbana, Feiras e CSA (Comunity Support Agriculture) – A Experiência de Belo Horizonte” foi apresentado por Luana Dayrell, Comissão de Produção, Comercialização e Distribuição da Articulação Metropolitana de Agricultura Urbana (AMAU), que citou a capital mineira como referência em agricultura urbana. Apontou o trabalho das hortas comunitárias de Sete Lagoas, que é fonte de renda e alimento para diversas famílias da cidade e ressaltou a importância da Feira Terra Viva, que acontece aos sábado de 9 às 13 horas na rua Souza Bastos, 175 – Floresta e que comercializa alimentos orgânicos, agroecológicos, artesanais e produtos de saúde, higiene e limpeza.
A Expedição Sertão Norte de Minas – Gastronomia e Cultura com Bernadete Guimarães, consultora gastronômica e chef de cozinha, apresentou o mapeamento e registro da experiência dos produtos de origem rural da região. Um trabalho que foi apresentado aos alunos da Universidade de Ciências Gastronômicas de Pollenzo, na Itália, única universidade voltada exclusivamente para gastronomia.
A Agricultura Familiar e Juventude Rural: Alimentos Saudáveis para o Brasil, com Luiza Borges Dulci, Assessoria Especial de Juventude do Ministério do Desenvolvimento Agrário, mostrou as iniciativas que estão sendo feitas pelo governo federal para controlar o êxodo rural; incentivar a sucessão rural e aumentar a produção de alimentos através da agricultura familiar.
O Movimento Slow Food, Ações e Perspectivas em Minas Gerais e Lançamento do Projeto “Slow Food Planet”, com Valentina Bianco, coordenadora do Slow Food para América Latina e Marcelo de Podestá, responsável pelo Slow Food em Belo Horizonte, mostrou os projetos em BH e na América Latina.
Carlo Petrini, presidente e fundador do Slow Food, encerrou o evento apresentando a filosofia do projeto que foi fundado em 1986, tendo se tornado uma associação internacional sem fins lucrativos em 1989. Atualmente conta com mais de 100.000 membros e tem escritórios na Itália, Alemanha, Suíça, Estados Unidos, França, Japão e Reino Unido, e apoiadores em 150 países.
O princípio básico do movimento é o direito ao prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais de qualidade especial, produzidos de forma que respeite tanto o meio ambiente quanto as pessoas responsáveis pela produção, os produtores.
O evento serviu para estimular a aliança entre os Chefs, cozinheiros e comunidade ao trabalho de agricultura familiar e sustentabilidade.
http://espacogourmetmundodagastronomia.com/2015/07/28/a-identificacao-e-a-divulgacao-dos-produtos-brasileiros-tendencias-da-gastronomia-no-brasil-3a-parte/
http://www.slowfoodbrasil.com/slowfood/o-movimento
http://www.mda.gov.br/plano_safra/
www.feiraterraviva.org
http://www.italcam.com.br/ospitalia_italiana.php
http://www.origemminas.org.br/
http://www.hojeemdia.com.br/2.979/estudantes-italianos-participaram-de-expedic-o-para-conhecer-nossos-sabores-1.303599
Aos poucos, a produção de orgânicos vai ganhando maiores espaços no Brasil e, com isso, a valorização da agricultura familiar (patronal e assentada) e o fim dos agrotóxicos nos alimentos. Temos, todos, o direito do prazer em produzir e comer alimentos saudáveis, respeitando a nossa cultura regional gastronômica!! Parabéns a todos!!!
É isso aí, Terezinha. Obrigada pela colaboração.
Sou mestranda em desenvolvimento regional e meio ambiente pela Uniara (Araraquara, SP) e minha tese é sobre agricultura familiar assentada, modo de vida (autoconsumo, produção). segurança alimentar, políticas públicas e, num dos capítulos está contemplada a questão da importância da manutenção dos hábitos alimentares, como cultura familiar e regional, na dieta dessas famílias de agricultores, pois a maioria migrou da Bahia para São Paulo. E, por entende-los (sou de MS e estou há 26 anos em SP, São Carlos), resolvi homenageá-los. Forte abraço!! Que sejamos sempre unidos nessa importante questão brasileira.
Quando sua tese for publicada pode mandar o link que incluímos no post. Será um prazer.
Obrigada, Denise.